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Nesta terça-feira

terça-feira, 14 de julho de 2009

Hoje eu acordei querendo muito andar por aí no frio. Fiz um milhão de planos mirabolantes, inclusive caminhar sempre no Ibirapuera porque, quando faz calor, é perigoso, já que as árvores soltam ozónio que corrói o nosso pulmão.
Hoje eu experimentei um picolé de jaboticaba.
Hoje eu vi que vou gastar pouco com o telefone este mês, o que vai ser sensacional para equilibrar as minhas outras contas, que serão todas muito altas. E isso se ligou ao final do meu dia quando, já debaixo do edredon, eu pensava no quanto estou gastando com besteiras e quanto preciso, realmente, economizar. Que meu salário é bom, mas eu preciso de muito mais.
Hoje eu levei um bolo do chefe do RH. O carro dele quebrou no meio do caminho. Mas, por causa do atraso, eu consegui conversar com uma menina do meu trabalho que já morou na França e também no Japão, mas é de Porto Alegre e se mudou para São Paulo por uma vaga temporária. E curti o sotaque arrastado que ela tem de gaúcha, mas ainda puxando o erre da França.
Hoje eu fiquei assustada de ver como algumas pessoas mudam para pior, e às vezes, ainda se sentem mais felizes do que antes. Me apavorei de ver como o mau-humor pode se defender por trás de um escudo de chefia e, aparentemente, fica tudo bem. Porque chefe pode ser mal-humorado, subordinado não.
Hoje eu sofri demais com uma crise de LER e tive que tomar três remédios para aliviar - não passou. Hoje eu estou considerando seriamente a possibilidade de ir a um acupunturista emergencial amanhã de manhã, mas tenho dois medos: não acordar e me sentar ao lado de um agulheiro impostor.
Hoje e mais uma vez, eu me senti gorda. E pensei que preciso fazer alguma coisa para mudar isso, embora não faça nunca. É a mesma sensação que eu tenho ao ver meus livros desorganizados na prateleira que minha mãe me deu para organizá-los, e as roupas amontoadas no armário há tanto tempo. Eu sei que preciso consertar, mas priorizo todo o resto.
Hoje eu senti tristeza e dor no coração. Ela ficou tão forte uma hora, mas tão forte, que meu mau-humor quase chegou ao superar o da minha amiga. Mas, por mais forçado que tenha sido em princípio, encontrar meus amigos foi muito bom pra me distrair desses assuntos desimportantes.
Hoje uma amiga brigou comigo e me fez ver que a gente já é super próxima como eu desejava ser, e que eu não quero mais ficar longe dela.
Hoje eu dei uma volta gigantesca pela cidade chuvosa para dar carona a duas amigas que moram em cantos opostos. Mas pelo menos tinha um amigo no banco ao lado para me distrair na viagem de volta.

Hoje eu pensei que, sozinha, não aguento o tranco. E que a minha vida é feita das pessoas que fazem parte dela. Mas, mesmo assim, é o meu edredon, mnha cama, minha Audrey e minha Marilyn que me fazem companhia no fim da noite.
E que eu preciso aprender a me refugiar melhor em mim mesma.

Desperdício

sábado, 4 de julho de 2009

Gastei meu Yves Saint Laurent, meu Geslaine, meu Oscar de la Renta e meu Christian Dior à toa. Minha Colcci, minha Bob Store e minha Guess também. Prendi o cabelo de um jeito legal, tirei fotos pré-balada e até cantarolar eu cantarolei. Meu Maria Bonita Extra continua estendido em cima da cama, assim como as outras Colcci e o Dressed to Kill. Nem arrumei a Armani Exchange que tá dependurada na cadeira, deixei tudo esparramado, tudo ferrado, e fui embora.
E tudo isso pra que?

Pra voltar pra casa e me sentir mais miserável do que qualquer chita da 25.