sobre a autora

In love we trust

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Esse meu aperto no peito pode mesmo demonstrar a preocupação que eu tô com a matéria que preciso entregar amanhã e cuja apuração está pra lá de atrasada. Com o médico que eu preciso ir, mas o plano de saúde não autoriza nunca. Com a reportagem da pós que eu tenho que fazer para ontem e ainda nem pauta tenho. Com a falta de exercício que, além de me deixar gordinha, me tira o pique do dia e a qualidade do sono.
Eu podia acreditar em tudo isso, que não deixa de ser verdade, aliás. Mas esse aperto no peito eu já conheço; ele já apareceu antes, e em outras ocasiões bem diferentes. Já veio quando eu tinha roupa lavada logo que depositada no chão. Quando chegava em casa no fim do dia e tinha uma boa comidinha pronta me esperando. Quando não tinha que me preocupar em arrumar meu quarto, pagar o condomínio, controlar o uso do telefone ou respirar o ar poluído da cidade grande. Sabe, é uma sensação que independe de tudo isso, e resiste até à minha roomate cantando I Feel Good logo de manhã.
Sabe o que é isso?
Falta de amor.

Amiga, esse é pra você.

domingo, 7 de junho de 2009

Especialmente, pelo que você me despertou nesses dias.
Essa sede de viver que a gente tem, essa vontade tão grande de fazer tudo que até se une aos astros e desperta a sorte para acontecer tudo aquilo que a gente queria tanto. Eu e você, conversando à distância por msn sobre como seria legal se pudéssemos fazer tudo que temos nas nossas cabecinhas. E, de repente e como num passe de mágica, o seu hotel é ao lado do meu trabalho nessa cidade que não tem menos de 18 milhões de outros loucos; a gente se enfurna numa baladinha desconhecida que é exatamente o que procurava e ainda de graça pra entrar; a gente cede e acaba numa festa que é simplesmente a melhor coisa que eu fiz em ano e meio de São Paulo; se joga na cama e conversa com meus amigos, como se fosse todo mundo amigo igual; acaba o domingo em um almoço de 6h da tarde, com direito a Kir Royal e várias outras delícias. Se entende, se escuta, se desentende e se respeita. Que nem irmã.
Amiga, a nossa relação é super especial porque amadurece com o tempo. Estamos as duas mudadas, você viu? Você percebeu como eu tenho meu apartamento pra levar, trabalho que nem gente grande e ainda faço resenha de teatro? Porque eu vi que você leva o seu trabalho muito a sério e tem idéias claras e adultas que não exitiam antes. Mas você viu, por outro lado, como o meu quarto continua bagunçado? Como eu continuo querendo quem não me quer, igualzinho à fase rosa de seis anos atrás? Notou que o espírito que sempre tive de liberdade enfim encontrou espaço para se manifestar de vez e que agora, sim, podemos combinar esse negócio de Europa com força total? Você sentiu que isso pode mesmo acontecer?
Estamos as duas num momento da vida em que parece que os caminhos se cruzam, as estradas se encontram. Nessa hora, qualquer coisa que a gente realmente quiser pode dar certo. Será que esse fim de semana te mostrou isso tão claramente quanto pra mim? É a nossa hora. Eu te deixei no aeroporto e, sem me dar tempo para ficar triste demais, me soquei numa sala de cinema depois de atravessar a Paulista num frio de 13 graus com calça legging e casaquinho. Vi um filme que queria, depois encontrei outros amigos no bar e agora sentei aqui pra despejar esse recado, fazer esse anúncio, no conforto do meu edredon. Porque apesar de frenética, essa certeza é clara como a tela deste computador, assimétrica como meu novo corte de cabelo e zoneada como a estante depois da festa junina aqui de casa. Tudo junto, enrolado e ricocheteado porque comigo e com você nada, nunca, vai ser certinho e organizadinho como no quarto ao lado. Mas pode ter a sobriedade de assistir a um filme sozinha ou tomar banho de tina. É assim. E se a gente deixa, se a gente respeita e permite que assim seja, pode desfrutar das melhores maravilhas que três diazinhos juntas já puderam comprovar.
Obrigada por me fazer sentir assim!
O futuro só aguarda uma resposta nossa. E acho que nós já temos, né?