sobre a autora

Meu Deus do céu, ilumine as mulheres apaixonadas

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dói estar apaixonada. Dói. Se é paixão, dói.
Dói, e contagia. Reflete nas outras pessoas, por pouco sensíveis que sejam. Irradia dor e paixão e ódio e sofrimento. Vai como música triste, se alastrando e deixando marcas de perfume pálido, como sentimentos. Quando acaba.
Quando acaba, fere. E pior, pode nunca mais passar... nunca mais passar. Optar por si, desejar ser feliz, tentar esquecer ou transformar apenas os bons momentos em memória, ah, isso é coisa para quem nunca sofreu de paixão. Uma doença. Contagiosa. Que deixa pegadas de lama densa e escura na alma. Que marca para sempre. Que revira toda uma vida. É muito sério, é dor demais.
Eu tenho medo de não passar. De verdade. Temo só de pensar que uma juventude, uma pele alva, um cabelo brilhante, uma mente cheia de sonhos e uma cabeça guiada por desejos se deixem perder nos idos de uma paixão que foi embora. Temo que isso possa acontecer, porque acontece. Mulheres que se torturam e simplesmente, quando decidem ficar bem, deixam de sorrir. Deixam porque decidem, já que no fundo, nunca vão parar de sentir. O ar fica turvo. A cidade fica branca, vão-se as cores. O peito aperta como se fosse num ataque fulminante de desolamento.
Mais ninguém sabe como é isso, a não ser as mulheres apaixonadas que dão a vida pela penúria de sentir algo assim. Não há dor maior, não há gozo maior. Não há nada maior.
Rogai pelas mulheres apaixonadas. Iluminai o seu caminho. Salvai os seus espíritos ressentidos. Deixai que elas sigam. Que elas encontrem um caminho livre para seguir.